sábado, 21 de julho de 2012

Inventor desenvolve Biodigestor de recipientes interligados



 


Biodigestor de Recipientes Interligados

O inventor maranhense Veneraldo Costa desenvolveu e apresentará no encontro da SBPC o Biodigestor formado pela interligação de quantidades variadas de recipientes por meio de mangueiras, tendo como finalidade a produção de biogás e biofertilizante a partir de resíduos orgânicos, restos de alimentos, cascas de frutas, dejetos de animais e outros.
A utilização do biodigestor no aproveitamento dos residuos orgânicos domésticos proporciona uma destinação ecologicamente correta desses materiais, uma vez que não serão lançados diretamente no meio ambiente, além de produzir adubo e energia na forma de biogás.
A interligação dos recipientes apresenta duas finalidades principais:
· Primeira: permite que o biogás produzido em cada recipiente possa fluir através de um único duto, facilitando sua coleta e/ou utilização.
· Segunda: facilita o manuseio da biomassa, sendo possível acrescentar diminuir ou substituir recipientes, de acordo com a produção desejada e também de acordo com o tempo de retenção necessário para biodegradação da matéria orgânica contida no recipiente. Mais informações: Veneraldo ( 98) 81290180.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

O sabor da criatividade - fragmento do livro Ecologia e Criatividade



O sabor da criatividade




 
Abril anuncia nuvens e trovoada

Abil é fruta de sabor acre
Quando maduro
Abre-se em gomos brancos
E sementes brilhosas

Ao ser aberto e comido
Deixa na boca um desejo
Que não se quer consumar
Deixa na mão um grude hábil

Há tempos
não sinto
o gosto abil
maspre sinto
oabil que não comerei

abril anuncia
nuvens carregadas
de notícias ruins 




 
                          O sabor da criatividade

 Na ladeira de um bairro popular, na cidade de São Luís, às duas horas da tarde, caminhava na direção de casa, cansado e com fome. De repente me vi fisgado por um odor familiar. Senti-me em um desenho animado seguindo o aroma no ar, aquela nuvenzinha que sempre aparece em situações semelhantes.
Um cheiro de peixe de água doce, cozido na água e no sal, com cheiro verde e chicória. Esse prato típico da gente do norte deve ser comido quente, acompanhado de farinha branca, com pirão, e molho de pimenta malagueta.
Não sei de onde saía o cheiro. Mas aquele aroma conduziu-me à minha infância, na hora do almoço. Envolvido pelo odor, ouvia os passos da minha mãe, na cozinha; o barulho da brasa estralando no fogão de lenha, e o cheiro da comida simples que iria consumir em alguns minutos, servido em uma panela grande, de onde minha mãe retirava, com uma concha de alumínio, porções generosas de caldo, pequenos peixes, com suas carnes delicadas e brancas se desfazendo ao cair no prato. Eu preferia a parte do rabo, com mais carne e menos espinhas, e também a cabeça, que eu colocava na boca, esmagava com os dentes e então sorvia a delícia de suco. Naquela tarde eu voltei ao Acre, quer dizer, fui à feira, comprei peixinhos de água doce e preparei para a família o manjar na janta.
Certa feita encontrei abiú na feira e comprei uma dúzia. Abiúl (Pouteria caimito) é uma fruta de cor amarela e dá em árvores de até 10 metros de altura, cujas folhas são verdes e brilhantes, tem a copa esgalhada e o tronco com a casca áspera.
Em casa, procurei a rede, limpei a casca lisa e brilhante, fechei os olhos e levei a fruta à boca. Deixei os dentes romper a casca, senti a polpa branca e doce se espalhar entre os dentes, misturar-se com a saliva e ocupar a região do gosto. Abiú é assim: ao ser aberto e comido deixa na boca um desejo que não se quer consumar.
Então voltei no tempo e me vi sentado no galho de um pé de abiú, pegando a fruta com a mão e comendo-a ali mesmo. Debaixo da árvore, meu irmão e os amigos disputavam, em uma algazarra alegre, o prêmio do abiú mais bonito.
As duas experiências mostram que o aroma, o gosto, os sons e as cores despertam a sensibilidade da memória e levam a imaginação a fluir com leveza, permitindo o passeio pela memória emocional, o valioso tesouro que trazemos dentro de nós e que é iluminado em circunstâncias especiais.
Existe um estado de abertura para a percepção do sensível em nossas vidas. Uma situação de esponja aberta para absorver, para sentir a luz do sensível, que ela venha na forma de sons, imagens, odores, sabores ou pensamentos, na hora que vier. Quando passo nas casas simples da zona rural do Nordeste, e vejo a antena parabólica, penso que naquela casa existe um canal aberto para as coisas do vasto mundo.

Costumamos manter os canais abertos para as coisas do mundo, através da internet, dos meios de comunicação, dos livros, dos filmes, das experiências sociais e culturais que envolvem as nossas vidas. De igual maneira, devemos manter a nossa antena interior aberta para os sinais, as cores e as formas que avivam a emoção criativa. E assim, embalados na poesia, somosembriagados em lá maior, onde o sol maior repica nos acordes de um novo dia.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Sítio ecológico e o prêmio nacional de reportagem



Sítio ecológico e o prêmio nacional de reportagem

A proposta do Sítio ecológico  será apresentada, em grande estilo, para uma seleta platéia nacional.  O Sebrae Nacional anuncia hoje, terça-feira (3), em solenidade na sede da instituição, em Brasília, os vencedores da quarta edição do Prêmio Sebrae de Jornalismo.

Na categoria Telejornalismo, o trio Rayssa Alves, João Francisco Carvalho Junior e Edyjoel Rosa concorrem com a série "Mãos do desenvolvimento sustentável", exibida pela TV Cidade (Record) no ano passado, e que tem como tema da reportagem o Sítio Ecológico
O trabalho do trio maranhense de telejornalismo também concorre à Menção Honrosa de Repórter Cinematográfico.

O prêmio reconhece as melhores reportagens sobre micro e pequenas empresas (MPE) produzidas pelas redações de todo o Brasil.


O Prêmio Sebrae de Jornalismo é uma iniciativa do Sebrae com realização da revista Imprensa e apoio da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom).
A equipe da TV Record, que já conquistou o primeiro lugar, categoria telejornalismo, do Prêmio BNB de Jornalismo, o primeiro lugar no prêmio regional do SEBRAE, poderá trazer para o Maranhão o primeiro lugar nacional, da categoria telejornalismo. Valeu Rayssa e equipe!. Estamos na torcida! Veja o vídeo:




segunda-feira, 2 de julho de 2012

Mais um fragmento do livro Ecologia e Criatividade

Seja curioso. Mais um fragmento do livro Ecologia e criatividade

Sentido




Palavra

ensandecida

ensandevida

incendiada

Palavra

encarnada

enfogueada

enfogareirada

Palavra

fornalhada

fundiada

fundida

Palavra

solta

salta

some



...e eu no encalço

buscando apreender

o sentido do que não

quer

Ser dito

pode

Palavra

queima como uma bola de foto

o juízo da gente



Ao chegar ao ponto mais alto da Cordilheira dosAndes, O Illimani, mais de 6.000 metros acima do nível do mar, em La Paz, Bolívia, no cenário de céu nublado e brancas neves, sentei em um bloco de pedras, à beira do despenhadeiro, e cantarolei baixinho:

“Eu é que não me sento no trono de um apartamento, com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a morte chegar...”, música do maluco beleza Raul Seixas.

Estava ali em busca de algo. Não sabia exatamente o quê, mas buscava. O Curso de História, na Federal do Acre, ficara para trás. Queria, na verdade, experimentar a história dos Incas, o povo que dominou por séculos uma grande parte da América do Sul, e que deixou a sua marca na cultura da gente andina, com suas roupas coloridas,os cabelos lisos e negros, a sua cultura.

A próxima parada seria a cidade de Cusco, no Peru, onde iria conhecer Machu Pichu, a cidade perdida da civilização Inca. Em cada contato uma lição. Desde cedo carrego o hábito de ouvir os mais velhos. Os meus amigos íntimos sempre foram os mais velhos. Com o bom ouvido, a pergunta pronta, caderno, caneta e máquina fotográfica, fiz uma grande viagem.

Na infância o menino dos grandes olhos tornou-se um curioso voraz. Com poucos livros em casa, começou a ler qualquer coisa que estivesse ao alcance. Nos primeiros anos ficou íntimo de Walt Disney e dos seus personagens. Para ler as histórias, fazia qualquer coisa: trabalhava de graça, pegava emprestado, trocava por roupas e, muito raramente, comprava. Depois avançou para Texas, Conan, Homem Aranha, Capitão América, Fantasma, Zorro e Batman, entre outros. Concentrado na leitura, após conseguir um livro, caminhava, entrava no ônibus, atravessava a rua e subia escadas sem tirar os olhos das páginas.

Por um tempo ele adotou os livros de bolso de faroeste, do tipo chumbo grosso, chumbo quente, onde a bala zumbia a cada linha, no cenário do oeste americano. Foi vendedor de fotonovelas usadas, quando levava as revistas para ler em casa. As revistas eram recomendadas para garotas. Escabreado, virou a página e deixou as fotonovelas de lado. À época o seu sonho era conseguir uma banca de livros para trabalhar, onde poderia ler as publicações de graça.Através do Clube dos Livros, conseguiu comprar alguns exemplares por correspondência.

Vale destacar: Eram os deuses astronautas? de Erich Von Daniken, um curioso de marca maior, que levantou a possibilidade das antigas civilizações terem sido criadas por civilizações do espaço que aqui aportaram com suas naves, muitos anos atrás.Talvez a culpa por estar ali, sentado na pedra, no alto da Cordilheira dos Andes, fosse desse cara. No caminho, passei pelo Pantanal Matogrossense, no Trem do Pantanal, cantarolando:

“Enquanto este velho trem, atravessa o pantanal, o povo lá em casa espera que eu mande um postal” (Almir Sater). Sim, eu embarquei no Trem da Morte. Através dele cheguei ao Illimani, em La Paz.

Como o novelo da memória não tem fim, cada fio engata outro, desde novo peguei o mal da insônia. Passava horas acordado, tentando pegar uma nesga de sono. Depois,aprendi a caçar e juntar palavras. Enquanto os outros dormiam o sono dos justos, eu virava na rede, no encalço,buscando apreender o sentido do que não quer ou pode ser dito.

Andei por aí, fazendo perguntas, fotografando e juntando história. Por fim, acabei jornalista perguntador. Agora, vivo profissionalmente juntando letras e perguntando como, onde por que e para que. Sou, então, um curioso profissional.


Manoel Campanha, o mago dos jardins




A arte de jardins e hortas, o aproveitamento de pequenos espaços, nas casas, nos quintais de São Luís, conta com um artista: o nome dele é Manoel Campanhã. Natural de São Paulo, com vasta experiência na montagem de mosaicos criativos com plantas ornamentais, condimentares, frutíferas, ou pequenos canteiros de hortaliças, Manoel vem se dedicando à disseminação das plantas em São Luís, atendendo em domicílios, onde faz o projeto ao gosto da clientela.

Lyndon Johson, Promotor de Justiça, recebeu o Manoel Campanhã na sua casa, mostrou a área verde, as árvores com frutas, as plantas decorativas e nativas que cultiva no quintal e disse: eu quero fazer uma horta com jardim, ou um jardim com horta, onde eu possa tirar o que eu consumo, sem agrotóxico, mas produzido de forma natural.

Em seu quintal, situado no bairro do calhau, Lyndon Jonhson tem já uma boa quantidade de árvores frutíferas, como cajas, acerolas, cajus e maracujas, assim como um boa quantidade de plantas ornamentais cultivadas em jarros.

O que falta é uma oorganização das plantas, um trato cultural e adubo, avalia Manoel Campanhã. Mas o projeto foi encomendado e em breve Lindon Jonhsom contará com uma horta criativa, cultivada ecologicamente e com desenho permacultural, com canteiros em forma de estrelas, plantas aromáticas e condimentares, com flores multicoloridas.

Na casa de Lyndon Jonhson há ninhos de pequenos pássaros, os sabíás e outras espécies visitam os seus ninhos, alimentams-se das frutas, as corujas vigiam as catitas, em uma ambiência ecológica. Mas o jardim de Lindon Jonhson terá flores suspensas, canteiros verticais e flores. Muitas flores.